Uma tarde de reunião cheia de brigas e desavenças entre diplomatas mostrando novamente os problemas de muitas vozes
Vitória Carolina Rios
Neste domingo (13), Estados se reuniram pela última vez no ano para discutir sobre a Comissão Sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal. O clima de tensão provocado por rixas passadas estava começando a intoxicar o ar quando às 9h deste domingo o presidente de mesa bateu seu martelo para o começo da 3ª e última sessão. Já havia um burburinho de que a resolução passaria, mas o tempo estava escasso e o medo de não conseguirem dar vazão ao tema foi ensurdecedor.
Quadruplicando o que estava escrito anteriormente aqui estão algumas das medidas adotadas: (O conteúdo completo redigido pelos assinantes você consegue conferir na íntegra aqui.
O documento explicita que infratores da lei devam responder em liberdade, mesmo que para isso coloque a vida de civis em risco, comprometendo a integridade dos mesmos. A tarde foi repleta de menções àCarta Universal de Direitos Humanos, mas pelo que parece os verdadeiros humanos direitos não foram colocados em questão.
Mesmo com a população mundial estando longe de uma igualdade horizontal, onde muitas famílias indefesas mal possuem água encanada, saneamento básico e energia elétrica, o documento assinado por todos indica que há uma prioridade de levar esses itens aos encarcerados. O jornal O Patriota, de forma alguma consegue afirmar que isso é uma questão de prioridade injusta, porém, deixaremos os fatos para que vocês, leitores, opinem por si mesmos.
No meio de uma pandemia de COVID-19 que alastra os países foi mandada para o ECOSOC uma agenda para fundo monetário. Lembramos que a situação econômica mundial é escassa e os diplomatas optaram por pedir recursos para presos.
Mesmo que a maioria da população carcerária seja pautada por homens, novamente a discussão girou em torno das mulheres. Isso já havia sido pauta no dia anterior e não surpreende os mais céticos.
Dentro dos “encorajamentos” há uma série de medidas que se adotadas mostram a delicadeza com que os presos serão tratados. Muitos desses privilégios não são dadas a crianças e jovens dos nossos países, já que, segundo a reunião, os recursos precisam ser gastos com pessoas que cometeram crimes.
Mesmo com um tom problemático as medidas foram passadas com unanimidade, assombrando nações que anteriormente não acreditavam em tal feito.
Mas nem só de concordância a tarde foi repleta. Aliás, uníssono não era palavra que se pode empregar nesse caso. Durante todo o tempo vemos o revanchismo de países problemáticos bradando.
O maior exemplo de todos é o da Venezuela. Quando questionada pelo O Patriota, a delegada venezuelana alegou veemente que não havia ali nenhum tipo de briga ou inimizade dentro dos tópicos da reunião e que em nenhum momento seu conflito com os EUA interferiu em suas ações. Não há forma de garantir que sua palavra foi verdadeira, já que desde o discurso de apresentação a delegada mostrou uma grave disposição a atacar aquele que ela considerava seu oponente. Não existe choque nisso quando lembramos dos acontecimentos de seu país nas últimas décadas: vemos que assuntos inacabados são uma prática comum para o povo da Venezuela.
Diferente da senhora delegada latina, a delegação encarregada por representar os EUA estava calma durante todo o percurso, mostrando assim a herança de diplomacia e cavalheirismo que o país carrega em todos os seus discursos. O diplomata foi solícito com as questões e buscou não tumultuar ainda mais as sessões, pois entende a verdadeira necessidade da concordância.
Já no início da terceira sessão (a primeira do dia), a delegada Nigeriana foi claramente colocada sob um holofote que seu país em outras agendas não toma, havendo então uma falsa simetria com o verdadeiro poder que a Nigéria tem no sistema internacional.
O diplomata turco nos surpreendeu agindo como se a Turquia fosse exemplo de uso dos Direitos Humanos e depois de um tempo ainda criticou a delegação do Reino Unido sem fundamento. Isso é a prova de que por diversas vezes os diplomatas europeus tentam fazer seu trabalho de forma digna e são cortados acaloradamente por outros que não superam as relações históricas que de nada importam nos tempos de hoje.
Destaque para a Áustria se posicionando contra o total escoamento de presos visto que isso aumentaria o número de criminalidade. Parece uma conta muito simples e que não foi feita por muitos países que se dizem progressistas.
E foi nesse sentimento de que o fim chegou que a Comissão foi encerrada.
Agradecemos pela leitura d’O Patriota e esperamos ansiosamente pela próxima reunião no futuro onde poderemos levar até você o jornalismo puro e correto, como deve ser.