Por Beatriz Altoé
Até que ponto a cultura deve interferir na integridade de uma pessoa e privá-la do direito à vida, levando em consideração apenas seu gênero?
A discussão do SOCHUM abordou o tema sobre a violência contra a mulher e o feminicídio e, de que forma questões culturais, religiosas e raciais influenciam no número de casos. A pauta foi levantada pelos países europeus, em destaque Itália e Reino Unido, que expuseram os casos de violência contra as mulheres em países muçulmanos e as recém democracias africanas. Tais estados possuem traços culturais que subjugam as mulheres e as tornam vítima durante séculos, até os dias atuais. No entanto, tais países alegaram que o discurso e propostas de mudança em favor do direito das mulheres é uma imposição de valores ocidentais.
Além das questões culturais foi abordado, em segundo momento, o racismo como o aumento de casos de feminicídio. El Salvador ganhou protagonismo ao mencionar o caso de sua população miscigenada e o fato de como em seu país e nos demais do continente americano, a taxa de feminicídio é menor entre a população de mulheres brancas. Elaboraram um documento para que os países participantes assinassem e garantisse o direito das mulheres e sua segurança. Porém, o texto ainda segue em discussão e países como Rússia e Arábia Saudita que sua cultura e identidade estão ameaçadas por valores que são de outros países.
As potências EUA e Rússia que têm certo protagonismo chamaram a atenção nesse comitê: o primeiro devido ao seu atual governo que questões raciais e a “supremacia branca”, não se esperaria uma atitude diferente de não pronunciar; já a Rússia propôs soluções para essa problemática, mesmo que há poucos meses tenha retirado direitos que as mulheres que já haviam conquistado nesse país, ao descriminalizar violência doméstica.