Delegação do Reino Unido faz discursos islamofóbicos no SOCHUM; Arábia Saudita se cala

GOMUN 2017

 

Por Luis Porto

As discussões do SOCHUM da primeira sessão de hoje (27), foram pautadas por discussões sobre particularidades culturais e religiosas e suas influências sobre questões de feminicídio. Apesar da diplomacia esperada de delegados nas Nações Unidas, a delegação do Reino Unido fez diversas declarações xenofóbicas e islamofóbicas contra países de maioria muçulmana, afirmando que estes tratam as mulheres como cidadãs de segunda classe.

Em seus discursos, o diplomata afirmou que imigrantes muçulmanos estão tentando impor sua lei dentro do país e pediu pelo retorno a uma “era de progresso” dos países islâmicos nos anos 1960 – durante a Guerra Fria. Embora o teor preconceituoso da fala do delegado não tenha passado despercebido por outros países presentes na discussão, como Egito e Congo, a Arábia Saudita não se pronunciou sobre o assunto durante a sessão.

Procurado pela reportagem, o representante inglês declarou que os países islâmicos não sabiam aceitar críticas a sua cultura; e reafirmou que o Reino Unido é o país que mais recebe imigrantes muçulmanos no mundo. Quanto aos comentários realizados sobre os Conselhos da Sharia – órgãos das mesquitas para resolver assuntos familiar-religiosos –, declarou que esses não possuem valor legal.

O Reino Unido fica atrás da França e da Alemanha em número de muçulmanos na Europa. Em relação ao número de refugiados, os países europeus que mais recebem aplicações são a Alemanha, Hungria e Suécia. As declarações do diplomata do Reino Unido podem ser vistas como uma expressão da ascensão de movimentos de extrema-direita no país, indicando os rumos da política externa inglesa sob o governo da conservadora Theresa May.

O diplomata congolês manifestou sua discordância sobre “aceitar a realidade” sob uma perspectiva eurocêntrica, o representante russo declarou ser necessário respeitar a cultura de cada nação. A situação somente se acalmou quando a delegada de El Salvador ressaltou as diferenças entre os países e a necessidade de encontrar uma solução com a qual todos concordam.

Imprensa

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Post organizado por delegações do Comitê de Imprensa no GOMUN 2017

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