Durante a quinta sessão, delegados propuseram medidas que desencontram com a liberdade e autonomia da imprensa e consequentemente com o tópico do Conselho de Direitos Humanos.
Maria Luísa Montalvão
No início do segundo dia, delegados demonstraram-se dispostos a focalizar na pauta sobre a violência e ameaças contra jornalistas. Durante o debate “formal-informal” foram abordadas medidas para controlar ou amenizar as violências cibernéticas e estatais contra os profissionais da imprensa. Do mesmo modo, também foi debatida a segurança internacional dos jornalistas, sendo proposta uma cooperação internacional para oferecer assistência e asilo à classe em questão.
Ainda sobre a primeira sessão do dia corrente, em documentos de trabalho exibidos no CDH determinados países foram expostos diante da forma em que os jornalistas nacionais estão sendo tratados em suas próprias nações. Mesmo o documento demonstrando faltas da delegação russa aos profissionais da imprensa, a mesma argumentou ser um dos únicos governos que apoia e acredita nos direitos humanos. Ao ser questionada pelo nosso jornal, a delegação divagou em suas falas e não assumiu seus erros quanto aos ataques aos jornalistas.
A sessão seguinte foi marcada por delegados tentando propor medidas para mitigar a problemática primordial, entretanto alguns senhores devanearam e argumentaram de forma incoerente, aparentemente esquecendo-se das questões dos jornalistas. Foram propostas ações que poderiam ocasionar na perda da autonomia e opressão jornalística, fugindo completamente do tema, desprotegendo os profissionais da empresa e colocando-os à mercê do Estado. Ressalvamos que é de extrema importância que os delegados percebam que estavam incriminando aqueles que precisam de proteção.
O início da última sessão foi marcado por cooperação entre as delegações, que possuíam objetivo comum de redigir a Proposta de Resolução Final da melhor maneira para todos os Estados. Próximo ao término da sessão, surgiu uma crise (impasse que tem por finalidade estimular os debates no CDH) acerca do ataque violento que uma jornalista que compõe jornal independente sofreu na Argentina. A mulher que havia realizado uma matéria aprofundada apontando focos de corrupção na corporação policial foi reconhecida por um segurança, que em seguida proferiu disparos em sua direção. Os delegados ficaram responsáveis por redigir e entregar uma nota à imprensa, relatando o posicionamento do Conselho de Direitos Humanos, antes do fechamento da sessão.
Nessa nota, o Conselho de Direitos Humanos reconheceu e repudiou o ataque recente contra a jornalista argentina. Outrossim, indicou para a Argentina tomar medidas imediatas, não somente em relação ao caso, como também às corrupções existentes dentro de sua estrutura governamental. Ao final da nota, reiteraram o compromisso que o Conselho tem com a pauta jornalística, pela verdade e pela justiça. Informaram que os países membros buscam solucionar os problemas que tangem a problemática.
O The Guardian reafirma a importância de combater os ataques contra os jornalistas, protegê-los e preservar a liberdade de imprensa. Espera-se que amanhã, o último dia de simulação, todos os delegados procurem de fato defender as causas jornalísticas, assumam suas falhas com os profissionais da imprensa e desejem mudança quanto ao cenário atual.